Por Carmen Lúcia Bridi – Presidente do CEDOCH
O tema que ora abordamos é de extrema importância e ao mesmo tempo apaixonante, não somente pelo valor do patrimônio histórico cultural, mas pelo apreço inestimável de termos uma história com base em princípios religiosos. Como patrimônio artístico, traz distinção de estilos e de rara beleza; como patrimônio histórico, traz a singularidade e as características de um povo e como patrimônio cultural, traz a memória viva de nossas raízes. Aspectos estes que precisam ser conhecidos e utilizados como fonte de conhecimento.
Igreja de São José – A Paróquia de São José foi criada em 1ª de novembro de 1751. Sua construção teve início em 29 de julho de 1747, em paredes de taipa de pilão, na base do mutirão. Com o passar dos tempos, a população da freguesia crescendo, essa pequena igreja sofreu várias reformas e ampliações. Em 1928, o velho templo colocava em risco aqueles que o frequentavam. Na época, seu pároco, o então Cônego Moysés Nora, juntamente com a população, resolve construir um novo prédio para São José, bem maior, do lado oposto onde se encontrava. Em 1929, inicia-se a nova construção coordenada por Nora, que falece em 1947. Assumindo todo acabamento, o então Cônego José Nardin finaliza a obra somente em 1951, sem conseguir construir as torres pontiagudas existentes no projeto. Os paroquianos foram generosos, construindo um templo magnífico ao seu padroeiro.
O atual prédio da Igreja Matriz de São José, por sua magnitude e beleza em estilo gótico-românico, é ao mesmo tempo harmonioso e um imponente conjunto arquitetônico. Foi tombado pelo município como patrimônio histórico em 2011, pela Lei Municipal número 5.222.
Igreja de Nossa Senhora do Rosário – A Igreja do Rosário foi a segunda construída na pequena vila, depois de aproximadamente cinqüenta anos. No início do século XIX, os devotos de Nossa Senhora do Rosário ergueram uma pequena igreja de taipa de pilão. Inaugurada em 1813 e ampliada em 1815, sob a supervisão do Padre Antonio de Araújo Ferraz, sofreu nova reforma em 1884 e em 1896 ficou com a aparência que temos nas fotografias, com sua bela torre.
As informações que conhecemos estão nos relatos de Monsenhor Nora, registrados pelo Jornal “A Comarca”. Quando este pároco assumiu a paróquia de São José, em 1910, encontrou a Igreja do Rosário em estado lastimável de conservação. No entanto, a Irmandade do Rosário possuía muitos bens. Com a autorização de seus superiores, Nora vendeu todos esses bens e reformou a pequena igreja, deixando-a em condições de uso. Em 1912, trouxe as irmãs Filhas de Jesus e aí fundou um colégio para crianças carentes, que existe até hoje: o Colégio Imaculada.
O colégio foi ampliado e a velha igreja, apesar de ser patrimônio da Arquidiocese, foi demolida em 1961, já que era de usufruto perpétuo do Instituto das Filhas de Jesus, estabelecido em contrato feito em 1912.
A nova capela do Colégio não é mais visível externamente, pois está envolta pela Escola. Inaugurada em 9 de agosto de 1962, ostenta a imagem da Imaculada, trazida de Madri em 1948.

Capela do Rosário

Altar da Capela do Rosário em estilo colonial barroco