Por Professora e Redatora Cleuza T. Mistro do Amaral
ANDRÉ FELIPE PORTELLA DOS SANTOS
Continuando a homenagear os padeiros de Mogi Mirim, hoje falarei do jovem ANDRÉ FELIPE .
Com apenas 31 anos, André já é considerado um excelente padeiro, pelo proprietário da padaria BOM PÃO, que o indicou como um novo e excelente profissional do ramo.
Nascido em Mauá, estado de São Paulo, em 10/7/1992, veio para Mogi Mirim com 3 anos de idade e aqui se estabeleceu. Fez até o ensino médio, em escola pública. Casado, André é pai de 2 meninas, que poderão no futuro, escolher a profissão que quiserem, sem a imposição dos pais, de acordo com suas palavras. Considera que dá para trabalhar e dar atenção à família, pois trabalha 8 horas por dia e o horário que faz, favorece o tempo livre. É considerado um pai exemplar pelos que o conhecem.

Atua há 4 anos na profissão e começou como Auxiliar de Padeiro, na fábrica de pães onde está até hoje. Com a saída do padeiro anterior, ele assumiu como auxiliar aos 27 anos e foi gostando do trabalho. ” Contei com o apoio do padeiro sr. Márcio, de meu patrão Sidney Coser e de seu filho Renan Coser. Todos me ajudaram muito e me incentivaram num momento inicial de insegurança profissional ”.
“Eu não escolhi a profissão, na verdade a profissão é que me escolheu. Eu fui subindo de cargo até chegar a padeiro e hoje me sinto realizado. A questão financeira pesou na minha decisão de continuar”. André conta que no começo passou muito “perrengue” com a responsabilidade que lhe foi atribuída. Foi um salto muito alto, para um rapaz tão jovem e que precisava trabalhar, mas aos poucos foi conseguindo superar o medo inicial .Diz que uma coisa é você estar ali vendo, outra é estar fazendo, mas graças a Deus, deu tudo certo.
André Felipe nunca fez curso de panificação, mas podemos dizer que a vida lhe proporcionou a transferência de conhecimentos dos mais velhos para os mais novos, o que não deixa de ser um curso. ”A vida me ajudou”, diz ele. Pretende, no futuro, fazer alguns cursos que lhe proporcione atuar em outras áreas da panificação.
Entusiasta, considera a profissão de padeiro reconhecida, porque o pão é um produto bastante comercializado.
Quanto ao produto final, a qualidade do pão não depende só do padeiro, mas sim da qualidade da farinha, que nem sempre vem boa, oscila muito. Segundo ele, o produto às vezes vem mais forte, mais fraco… “Antigamente, a gente ouvia dos padeiros mais velhos na profissão, que a farinha era mais padronizada. Não é como hoje, que vem com produtos que alteram a farinha”, diz ele com conhecimento.
André afirma que quando a farinha não está 100% boa, o pão também não agradará nem ao próprio padeiro, nem aos fregueses.
Ele conta um fato curioso e que ficará marcado na vida deste jovem padeiro: “Antigamente a gente entregava o pão nas escolas. Eu estudava à noite na escola Valério Strang e a padaria entregava o pão no dia em que a merenda era pão com salsicha. Eu ajudava a fazer o pão, a entregar o pão, embalava antes de ir para a escola …Daí na escola, os colegas diziam: ah, você que faz o pão!??? Oh Padeiro!!! Vamos comer o pão do padeiro !!!Eu nem era padeiro ainda, tinha só 17 anos…tinha uma função menor, mas ouvir aquelas palavras me dava muito orgulho, eu ficava feliz era DA HORA ! , fala com André , com entusiasmo”.
André é considerado um amigo leal, é educado, amável com os colegas de trabalho, e um batia profissional, que faz o seu trabalho com muito amor e carinho; isto dito pelos que o conhecem de perto. Também foi eleito como o homem mais bonito da padaria. Literalmente um PÃO, como se dizia nas décadas de 1.960/ 1.970.

André Felipe afirma que ganha um bom salário, está satisfeito e realizado. Felizmente vemos a valorização de um profissional tão importante para a sociedade e que tem que ter responsabilidade, tem que levantar cedo e estar ciente de que milhares de pessoas estão esperando para consumir um produto que reúne famílias e faz com que o dia comece bem.
Sem o padeiro, cada um teria que fazer o seu próprio pão, assim como na época medieval. Pensem nisso.